Não lhe digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete

“Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?… Não lhe digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete” (Mt 18,21-22).

O príncipe da paz conhece a realidade que o cerca, ou seja: – a violência que impera em seu meio e o ódio que habita naqueles que por ela são oprimidos; – a mentalidade vigente do olho por olho e dente por dente; – e as conseqüências drásticas de comportamentos que aumentam a violência. Resumindo, o próprio Senhor foi vítima de um sistema violento e injusto.
Na lógica da justiça do Reino, Jesus propõe o princípio da não violência, a todos que o seguem. A única forma de estancar e parar definitivamente com a violência, o ódio, a indiferença e a vingança, é viver a partir da compaixão. Isso não significa ausência de justiça nem omissão com o que está errado, mas sim a capacidade de não produzir mais violência. Na cruz encontramos a concretização dos ensinamentos do Mestre. Perante toda a violência que sofreu, a atitude de Jesus foi pedir ao Pai por seus algozes. Sua prece gerou vida não somente para os inimigos, mas para todos nós.
Hoje, numa sociedade polarizada, encontramos muitos pensamentos e comportamentos contrários a esse ensinamento. Como um cristão pode defender o ódio e a destruição do inimigo? Como pode defender em nome da paz e armar a população até os dentes?
É tempo de cuidar. Paz e bem!
Frei Carlos Alberto, OFMConv.

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