Em verdade vos digo que os cobradores de impostos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus

Na dinâmica do discipulado, somos chamados a sermos coerentes com a resposta que damos a Deus. A partir do momento em que dizemos sim a Ele, devemos ter consciência das consequências que esta resposta traz. Ela não pode ser simplesmente teórica, cheia de boas intenções, pois demonstra não ter respaldo nas decisões e caminhos que escolhemos para a vida.

Para responder a esse chamado, temos que levar em conta a beleza de viver a partir da Boa Notícia do Senhor, que exige firmeza e coerência com os valores da justiça do Reino. Essa resposta não pode ser feita de aparências e máscaras, utilizadas para encobertar atitudes contra o Evangelho.
Devemos pensar no quanto isso fala alto para nós hoje. Vivemos mergulhados numa sociedade de aparências, que mascara a verdade para se apresentar como perfeita, justa e bela. O Evangelho desmascara essa postura que não deixa espaço para a conversão, pois nunca se depara com a verdade da realidade pessoal e coletiva.
Certa vez, São Francisco deparou-se com um frade que se apresentava como aquele que tudo sabia e tudo fazia, mostrando algo que, na verdade, ele não era. Num determinado dia, surgiu no convento a necessidade de matar um porco. Esse frade logo se apresentou com diversas falas de como isso deveria ser feito. Assim sendo, o santo pegou a faca e pediu para que ele fizesse o trabalho. O frade entristeceu-se, pois na verdade o que ele falava estava muito distante do que realmente sabia fazer. Desvelou-se assim o seu verdadeiro eu, uma fumaça que se espalha com o vento.
É tempo de cuidar. Paz e bem!
 
Frei Carlos Alberto, OFMConv.

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